IDOLATRIA À SOBRAL
Que seria isso? Qual a razão de as pessoas manifestarem um amor tão grande à Sobral, cidade interiorana da zona noroeste do estado do Ceará, distante 275 quilômetros de capital Fortaleza? As razões são muitas. O objetivo desse blog é acolher aqueles que amam Sobral, idolatrando-a como terra de tamanha beleza, geradora de muitas personalidades admiráveis. Sejam bem vindos a esse espaço de debates e conhecimentos gerais sobre a "Princesinha do Norte" metrópole do nosso coração.





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quinta-feira, novembro 16, 2017

COMEMORAÇÃO DO CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE GERARDO FERREIRA DA PONTE, IMPORTANTE LIDERANÇA POLÍTICA, PECUARISTA E LATIFUNDIÁRIO DA RIBEIRA DO JAIBARAS

Ocorreu no último sábado, dia 14 de outubro do ano corrente, a comemoração do centenário de nascimento de Gerardo Ferreira da Ponte. O momento foi marcado por uma missa, na Igreja do Cristo Ressuscitado e, logo após, houve uma homenagem e jantar, no Viñas Buffet. Contando com a presença de filhos, genros, noras, netos, bisnetos, tetranetos, parentes, amigos e personalidades importantes de Sobral. O momento foi marcado por muita emoção e homenagens. A família de Gerardo Ferreira da Ponte, muito feliz pelo encontro e homenagem, vem agradecer a todos a presença nessa ocasião de tamanha importância, feliz pelo legado do patriarca que, se vivo estivesse, nesse mês de outubro, completaria 100 anos de nascido.







quinta-feira, fevereiro 25, 2010

"Navegar é preciso. Viver não é preciso"

Fundado há cinqüenta anos, o Colégio Estadual Dom José Tupinambá da Frota foi a última homenagem conferida em vida ao primeiro bispo da diocese de Sobral. Este, além de pastor caprichoso, zeloso dos seus fiéis, foi um exemplo de intelectual que – mesmo nascendo num período em que a educação era pouco difusa e ser culto era um capital simbólico pouco valorizado socialmente – foi autor de sua história, distinguindo-se dos muitos contemporâneos seus, notabilizando-se em Roma e mais ainda na história local.
Nos tempos de globalização, em que as distâncias do planeta Terra foram encurtadas por meio da difusão dos meios de transporte e comunicação, os valores sociais inverteram-se: diferente do tempo de Dom José, os cidadãos sobralenses hoje nascem num ambiente em que a educação deixou de ser um luxo das elites, para ser uma necessidade real a quem almeja um futuro promissor. Nesse contexto, o aforismo de Fernando Pessoa, "Navegar é preciso. Viver não é preciso", torna-se cada vez mais atual, porque o mundo pós-moderno em que vivemos, força-nos a superar barreiras – não as espaciais, que distanciam os indivíduos – mas as barreiras humanas, cada vez mais firmadas pelo mundo globalizado que cobra das pessoas, uma postura inovadora que preze além do respeito ao outro e ao meio ambiente, um espírito aventureiro desejoso de novas possibilidades, já que com o avanço tecnológico, o moderno pouco a pouco torna-se obsoleto e sem valor.
Inseridos nesse meio e, carregando em nossa bandeira o nome desse homem que ritualizou sua vida e tornou-se um personagem proeminente na história sobralense, deixando aos seus concidadãos o exemplo de homem culto à frente do seu tempo é que, nós, docentes dessa escola, temos uma missão para os anos vindouros: a de zelar pela sua imagem, criando em nossos alunos o amor à cultura e ao saber, que constrói não somente homens e mulheres bem sucedidos, mas cidadãos construtores de sua própria história. Indivíduos que, engajados com o sucesso da nação brasileira, sejam defensores da nossa terra a qual tanto Dom José amou e enalteceu com seus feitos, construindo uma identidade sobralense que não morre, mas é eterna, mesmo na modernidade, enquanto existe nos corações dos que aqui vivem.
O fato é que Dom José deixou-nos um legado que o torna cidadão do universo e um dos construtores da modernidade, fonte viva e latente de empreendedorismo aliado à prosperidade, o que faz dele um exemplo a seguir.
Em nossa juventude, com o calor do nosso sangue vigoroso, nós, que fazemos parte desta escola, somos portadores de uma cara missão que vem sendo empreendida por dezenas de professores que por ela passaram. Estes homens e mulheres produziram frutos que fazem de nossa escola distinta entre todas as outras sobralenses pois, carregando a bandeira da tradição, que sempre fora sua marca, não somente rendeu notáveis frutos, mas segue o exemplo dado pelo homem que ela carrega o nome. Comprometidos com essa causa, não temos poucos desafios pela frente. Impelidos pelo espírito inovador de Dom José, seguimos com nossa meta, antecedidas por muitos grandes: despertar no aluno o desejo de empreender, marcando a modernidade com frutos prósperos e o mais premente desejo de que seguindo a nossa caravela estejam muitos que pensem conosco acreditando que "Navegar é preciso. Viver não é preciso".

ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA COMEMORATIVA DOS 50 ANOS DO COLÉGIO ESTADUAL DOM JOSÉ TUPINAMBÁ DA FROTA

MONOGRAMAS

Monograma da residência de Teodoro Rodrigues- Praça João Pessoa- Sobral

Monograma da residência de Manoel Ibiapina- Avenida Doutor Guarany- Boulevard do Arco- Sobral











Monograma da residência de Raimundo Medeiros Frota- Praça João Pessoa- Sobral















Monograma da residência de José Diogo Ferreira- Praça da Sé- Sobral










MONOGRAMAS PATRIARCAIS


Em Sobral a lealdade à tradição, principalmente a familiar, resiste mesmo com a modernização. O passado aqui, nem sempre é obsoleto, mas resignifica-se. Nota-se isso pela conservação dos bens de origem, ou seja, daquilo que pertenceu aos antepassados como as casas antigas ostentando em suas fachadas os chamados monogramas. Estes, são símbolos desenhados em auto-relevo utilizando a combinação das letras iniciais do nome do homem, proprietário da casa, uma analogia aos antigos brasões de família comumente utilizados na Idade Medieval. Dentro da residência, não é diferente, nela podemos encontrar móveis, jóias e utensílios domésticos que são transmitidos honrosamente como herança de geração a geração, guardados com respeito dentro do lar.

Sendo a casa um elemento tão importante na identificação do prestígio social vindo do parentesco, a cidade será uma extensão dela, ou seja, os elementos urbanos serão ordenados visando fazer com que a cidade como um todo seja uma grande casa “de família”, com os símbolos de poder dos antepassados. Tendo em mãos valores como esses, a elite familiar dona do poder local, denomina edificações com os nomes dos antepassados, retratando-os em estátuas e bustos que comumente podem ser vistos pela cidade.
LEGENDA:
Foto do Monograma da residência de Francisco Olímpio Frota, de arquitetura estilo "Art Nouveau", da Praça João Pessoa- Sobral: Produzida por Cleuton Ponte
Texto: Produzido por Cleuton Ponte

VISIONÁRIO DO PROGRESSO

Esteve hoje em Sobral o simpático e sorridente governador do estado do Ceará, Cid Ferreira Gomes. Com um sotaque mais nordestido do que nunca, ele veio apresentar as obras que serão feitas no município de Sobral nesse ano de 2010. As suas palavras, enriquecidas com projeções de marquetes virtuais enchem a população Sobralense de otimismo e dá a sensação de que a modernidade chega cada vez mais perto de nós. Escola, hospitais, parque de exposição, rede de internet, entre outros, poderão fazer com que a nossa amada "Princesa do Norte" alcance o posto desejado. Se depender do nosso Governador, isso é apenas uma questão de tempo. Fica aqui a nossa torcida de que a "nova Roma" na zona Norte possa oferecer a sua população e a de todas as cidades circunvizinhas, uma melhor infra-estrutura de saúde e educação, melhorando a qualidade de vida de todos.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

FLORENT AMODIO, O SOBRALENSE FRANCÊS


Parece ironia do destido, mas Sobral dessa vez tem um filho participando das Olimpíadas de Inverno em Vancouver, no Canadá. Para os críticos de plantão, tipo aquele que escreveu um ridículo artigo para a revista Veja, em setembro do ano passado, isso é um prato cheio. Que eles diriam? Alguém nascido justo nos States Of Sobral participando das Olimpíadas... É, realmente pode ser muito engraçado, mas por trás folclórico e cômico existe o drama de uma mãe, um filho e uma série de pessoas que os cercam, que muitas vezes a mídia não respeita, envolvendo-os num sensacionalismo oportunista, aproveitando-se, como se diz, da "miséria alheia".

É natural que os sobralenses, principalmente os familiares biológicos de Florent, se orgulhem de ter esse representante nesse evento de visibilidade mundial. Não há como não se emocionar com a comovente história do menino pobre adotado por uma família francesa. Inevitavelmente nos reportamos à célebre história dos contos de fadas da "Gata Borralheira", a menina pobre, humilhada e maltratada que consegue tornar-se princesa. Num país onde chegar a uma boa condição econômico-cultural requer muito investimento e sacrifício de um indivíduo, muitos sonham ser também um Francisco Tiago (Nome de Registro), que dentro de aproximadamente 17 anos, ressurge na mídia como o campeão Florent Amodio.

Para os sobralenses, caiu como uma bomba de desapontamento o fato de Florent não ter aceitado um reencontro com a família biológica. Para mim não há nada de extranho, ele apenas nasceu em Sobral, não vive mais aqui há muitos anos. O seu lugar de vivências há muito tempo não é aqui e sim na França. Para que se revoltar com a natural negação do passado triste do esportista? Ele bem que deve imaginar a sensação que fariam com sua vinda à Sobral, um misto de solidariedade com oportunismo que a mídia escrita e falada iria adorar. Foi mais sensato da parte dele "pôr panos frios" na situação. A meu ver, esse momento é da particularidade daquelas famílias, portanto, não cabe a nenhum de nós envolver-nos.
Nós, amantes de Sobral, continuaremos torcendo pelo conterrâneo e que ele seja campeão em muitas Olimpíadas. Muito sucesso, Florent!!! Avante!!!
Texto de Cleuton Ponte

terça-feira, fevereiro 23, 2010

MEU AVÔ, UM CONSTRUTOR DA HISTÓRIA SOBRALENSE




Sobralense, filho de José Ferreira da Ponte e Angélica Francelina Portela, meu avô materno, GERARDO FERREIRA DA PONTE, nasceu no dia 08 de outubro de 1917, no local denominado Malhada de Baixo, pertencente à vila de São Vicente-Jaibaras.
Casou-se no dia 05 de julho de 1939 com Maria da Conceição Frota Ponte, filha de João Euclides da Frota e Antonia Bezerra da Frota. Com pouco mais de um mês de casado teve a mão esquerda amputada em acidente ocorrido enquanto caçava. Mesmo carregando a deficiência física, Gerardo Ferreira era um homem muito apto ao trabalho, viajou boa parte do Brasil negociando com gado, sendo um pecuarista de grande destaque na região Norte do estado do Ceará.
Na região do Vale do Jaibaras, dessa vez com a fruticultura irrigada, foi pioneiro da produção de coco em larga escala, iniciando esse cultivo na grande seca de 1958, quando necessitou da mão-de-obra de centenas de retirantes da seca, os chamados “cassacos”, na elevação de um verdadeiro oásis com toda sorte de frutas, em meio a uma região cruelmente castigada pela seca.
Foi dono de uma personalidade muito forte, a qual se equilibrava com sua sensibilidade e o espírito saudosista que marcou todos os momentos de sua história. Foi um homem político, de grande importância na história sobralense. Na década de 1970, junto com outros moradores, militou heroicamente contra o projeto do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas-DNOCS, de desapropriação da vila de São Vicente-Jaibaras para a implantação do Perímetro Irrigado do Açude Ayres de Souza. Tendo sido uma liderança política na região, buscou defender os interesses de centenas de moradores que ali viviam e de onde tiravam seu sustento, vivendo um drama ao abandonarem essa terra querida. Sendo que este lugar já era habitado outrora pelos antepassados destes moradores.
Mesmo fracassando na tentativa de evitar tal política pública, intercedeu em nome da população para que não demolissem nem a antiga capela da vila, construída em 1887, nem os cemitérios do local, onde se encontravam sepultados muitos dos seus antepassados.
Viveu grande drama ao ver todo um patrimônio conquistado com muito sacrifício completamente destruído, deixando a terra de origem por volta de 1975 e indo residir na Fazenda Santa Maria (Jaibaras), onde comemorou bodas de ouro junto com a esposa, cercado pela família em clima de imensa fraternidade. Nessa fazenda viveu seus últimos dias, falecendo em 30 de agosto de 1990.
Católico fervoroso, deixou o exemplo de exímia integridade moral. Fiel devoto de São Vicente de Paulo, padroeiro das obras de caridade, fora em vida um homem bastante caridoso e piedoso, cuja fama até hoje é lembrada por muitos dos que ele um dia acolheu.
Em homenagem ao seu carisma e militância política na região do Vale do Jaibaras, a Câmara Municipal de Sobral, por meio do Projeto de Lei nº 1170/08, de 24/11/2008, do vereador José Maria Félix, denominou oficialmente de Gerardo Ferreira da Ponte, a estrada que liga o distrito de Jaibaras à vila de São Vicente (SETOR II).